Fotos: Gabriel Valdivieso
Texto: Gabriel Valdivieso
a mônica não revela a idade nem sob tortura. tudo bem, parece ter uns 35 mesmo… seu olhar de cara se sobressai como peça chave de sua personalidade: faz movimentos para cima e para baixo, para um lado e para o outro, criando 1001 situações & estações diferentes dentro de uma pequena hora. artista plástica, é daquelas que pegam nas coisas, nas plantas, mudam a casa e criam seu habitat. se diz em época de renovação e acredita com paixão nos ventos por vir.
morar no morumbi é peculiar. aqueles da zona oeste o chamam de ‘o lado de lá da ponte’. mas basta uma cafungada mais precisa na frente do parque alfredo volpi para que se entenda o motivo pelo qual os tantos construiram e constroem seus casões e seus apartamentões praquelas bandas da zona sul. há, sim, mais periquitos e árvores frondosas. há sim cigarras e há sim, eventualmente, mais paz dentro da cidade (muito) grande de são paulo.
mônica mora aí há mais ou menos 30 anos. viu sua rua ser de barro e viu o nascimento dos poucos prédios que a circundam. viu são paulo, como um todo, mudar pois ela própria já se mudou bastante pela cidade. e viu sua casa também mudar: filhos crescerem, atelier mudar de posição… pois mônica trabalha em casa, pinta telas de grandes proporções, e mira as costelas de adão, os chifres de veado e as hortênsias.
me diz, para que pulse meu senso de identificação, que não sabe cobrar. mas sabe fazer. vai entender a gente, né? mônica é só sensibilidade. e verdade! prepara em ritmo de dezembro sua próxima exposição…esperemos todos como que tranquilos, tomando um café, enconstados a uma porta.